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GROOVE - termo tão utilizado pelos bateristas Norte Americanos e que está também em "moda" no Brasil. Precisamos saber o verdadeiro significado desta palavra. Se você perguntar a qualquer um dos grandes bateristas quais os elementos fundamentais para uma boa execução do instrumento, certamente eles vão te falar sobre o groove. Incontáveis entrevistas sobre esse tema podem ser encontradas nas principais revistas de bateria e percussão. De uma maneira geral, groove é quando você está se comunicando intimamente com você mesmo, com os outros músicos e com o público; de maneira a tornar a música perfeita ou pelo menos dentro da sua capacidade. Geralmente isso não é uma coisa consciente, e leva anos de experiência - você não pode praticar isso. Como se costuma dizer, é o groove que separa os "homens dos garotos".

Outra maneira de olhar para o groove pode ser como um certo nível de maturidade. Depois de ter tocado por anos com um grande número de pessoas de vários níveis e diferentes tipos de público, você começa a aprender a se dar completamente à música. Você também aprende sobre a vida e interage de uma maneira mais próspera com as pessoas, afinal de contas, isto é a música - comunicação.

Você pode ver o groove também como uma interjeição de cores no seu som, que não tem nada a ver com as notas individuais, mas com pequenas * nuanças. Isto não é tão simples assim, isso também tem a ver com a maneira como você vai interagir com o público e com os outros músicos.

Como foi mencionado anteriormente, o groove não é uma coisa que se possa ensinar, mas pode ser aprendido de uma maneira indireta. Basicamente, a melhor maneira de se desenvolver o groove é ouvir, tocar e pensar bastante. Você deve ouvir os outros bateristas, em discos e shows ao vivo, tocar com diferentes pessoas em diferentes contextos (o quanto for possível) e analisar o que você e os outros estão fazendo para tornar a música boa. Groove tem a ver com maturidade, e maturidade é ensinada através de exemplos e por "tentativa-erro".

Uma coisa que você pode fazer para trabalhar com os grooves é fazer alguns contrastes na música. Se você toca tudo exatamente como os livros e métodos pedem, e toca simplesmente como uma bateria programada, ninguém vai se comover com sua performance. Tecnicamente isso vai parecer maravilhoso, e deve estar, mas pode parecer um tanto maçante também. Usando as texturas e técnicas de uma maneira inconsciente, e não de uma maneira óbvia, vai trazer um pouco mais de humanidade à sua maneira e tocar, e humanidade é o que emociona as pessoas, não os detalhes técnicos. Você deve observar dois momentos distintos: o estudo da técnica e conceitos, e a aplicação deles no contexto musical. Você não deve se prender aos aspectos estritamente técnicos quando está tocando, simplesmente deixe a música fluir.




O CASCO é o corpo do tambor e pode ser feito de vários materiais, mas o mais utilizado é madeira mesmo. Na década de 70 a Ludwig lançou o modelo Vista-Lite, todo em acrílico, que fez muito sucesso, mais pelo efeito visual q pela sonoridade. A Gope, no Brasil lançou também sua versão de acrílico, na década de 80. Existem cascos em aglomerado e em diversos tipos de compósito, em especial de fibra de carbono. A madeira é o material preferido para a confecção de cascos devido a suas propriedades acústicas, principalmente a projeção e seletividade de freqüências.

O casco é responsável pelo timbre e "profundidade" do som do tambor. Ao tocar a pele, o casco ressoa com ela e resulta no som final do tambor. Tambores de melhor qualidade tem cascos compostos de madeiras que ressoam melhor que tambores mais baratos. Para entender melhor o papel dos cascos, experimente retirar as peles de um tambor e tocar no casco (suspenso) com uma baqueta de feltro. O casco tem sonoridade própria!

A função do material do casco é fundamentalmente ressoar com o toque da pele. A maneira como ocorre esta interação é que determina o timbre do tambor. Tambores de grande massa (seja densidade ou espessura) necessitam mais força para obter boa ressonância e tendem a ter menor volume. Madeiras mais densas respondem melhor a freqüência altas e tem timbre mais brilhante. Madeiras um pouco menos densas respondem a freqüência mais baixas e resultam em timbre mais encorpado. Quando a densidade cai muito, o tambor começa a perder características de ressonância e volume. A densidade mais próxima do ideal (na verdade, isso vai muito de gosto) infelizmente é resultado de um crescimento lento da árvore. Em geral, árvores que crescem rápido fornecem madeira de baixa densidade e pouca ressonância, em se tratando de cascos de tambor. Alguém conhece baterias feitas de eucalipto? No Brasil, as árvores de crescimento lento mais utilizadas para baterias de qualidade são o pinho de araucária, a Imbuia (usadas na Odery), a Bapeva (usada na RMV Concept e parcialmente na Road Up) e o Cedro rosa (Luthier, Maxter, Adah). Nos USA, todos sabemos que Maple e Birch são as madeiras de escolha para tambores de alta qualidade. São também arvores de crescimento lento, nativas dos USA. O Mogno (mahogany) Africano tem (dizem, nunca ouvi) o timbre mais encorpado de todas.

2 comentários:

  1. Cara muito fera esse baterista, ele era do angra? Vou estudar, pena que não tenho pedal duplo,

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  2. Gostei de todos os grooves, mas o 23 é massa...

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